sexta-feira, 15 de maio de 2009

Planos

Uma garrafa de absinto, uma pistola 38. e alguns ml de heroína. Isso tudo bastava.
Bebendo aos poucos, com seu cigarro aceso no peitoril da janela, ele admirava a cidade. Mentalmente despediu-se de seus pais, parentes, amigos e amores, mas lembrou-se que não havia mais nenhum desses, e que provalmente nunca tivera, era o efeito do álcool que fazia existir uma nostalgia de algo irreal. Caminhou, trôpego, em direção a mesa, derrubando sua bebida que espatifou-se com um barulho ensurdecedor, e em um momento de loucura mórbida pensou que fosse sua esperança, já esgotada, que desmoronava. Já no ápice da insanidade, com o resto de destreza que sobrara, ele maneja a seringa e injeta em seu pulso. Imediatamente seu batimento cardíaco acelera, a adrenalina faz suas pernas tremerem e por isso cai, em uma queda que para ele era interminável. Poderia ter se salvado, a quantidade de droga em seu organismo não era suficiente para matá-lo, mas ao cair,a arma que estava no coldre dispara, antingindo seu intestino, pulmão. Morrerá em apenas algumas horas, mas morrerá feliz com o efeito dos entorpecentes. Enfim, o plano dera certo.

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