segunda-feira, 27 de julho de 2009

Adeus

Era hora da despedida, e quando o trem partiu, prendeu a respiração. Queria reter pelo máximo de tempo possível a fragrância dela. Não se movia, não se lavava, e com o tempo as ervas daninhas e musgo tomaram conta de seu sexo, rosto, corpo. Tudo porque conservavam o toque de sua amada. Escorbuto, úlcera no estômago,atrofiamento dos músculos, à salvo o do coração, tudo devido a não-alimentação, sacrifícios feitos para manter resquícios do gosto da saliva, de seu último beijo. No final, a saudade o matou.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O lado sublime da morte

As memórias esvaiam-se de minha mente rapidamente, segurá-las era árduo e por isso ficavam apenas um nanossegundo, sendo suficiente para provar o doce sabor de nostalgia. Não sentia dor, apenas uma leve brisa gélida que circulava em minhas entranhas. Não estava triste, talvez porque nao via a face de desespero das pessoas, eram apenas vultos de feições disformes. A morte não é tão assustadora quanto parecia, não havia luz, apenas a ausência em seu ápice continuamente.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Engano

Ao avistá-lo, sentiu calafrios, febre e arritmia. Que sensação estranha era esta! Perguntando para suas amigas, descobriu que era amor. Era inovador, porém não tão revitalizante como diziam. Aos poucos a situação foi agravando-se, porém não havia necessidade para pânico, era o sentimento que provavelmente crescia. Finalmente declarou-se para seu amado, sendo correspondida. No outro dia, amanheceu morta devido a um ataque cardíaco, a autópsia comprovou Endocardite Infecciosa.