terça-feira, 27 de outubro de 2009

Quando o sol nasce

Pequeno e singelo, quase irreconhecível. Provavelmente por timidez e falta de hábito.
Ri também minimamente, encabulado. Era bom encontrar seu sorriso após tanto tempo a procurá-lo em sua face
Então, ao nos despirmos das cerimônias, sorriu abertamente mostrando seus dentes, já amarelos pelo café e cigarro em excesso. Vícios adquiridos na fase escura, onde o buraco negro te sugava por dentro.
Ao alargar meu riso, você se afasta com asco, e recordo-me imediatamente o porquê não havia mais gargalhadas em mim.
Infelizmente, o período de sua abstinência foi suficientemente longo para perder minha dentição, e agora apenas exibo essas gengivas nuas e pútridas.
E seus lábios novamente se fecham, você vai embora. Foi bom revê-la, a sua felicidade.

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