quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Era
Era o fim. Esperava ao menos que removesse aquele escudo usado para proteção, mas nao o fez. Tinha esperança de encarar seus olhos desnudos, desprotegidos, e conseguisse ver enfim aquele sentimento verbalizado, mas o negro era mais que apenas a cor de sua retina, era o reflexo de seu interior. Nem lágrimas derramou. Dizia chorar por dentro, mas duvido que havia algo mais que a indiferença. Quando nossos sentimentos são intensos eles liquefazem a alma, que eclode; não há como conter. Apenas uma coisa permaneceu intacta, o silêncio. Era o meu fim.
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