quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sua melodia

Com alguns nacos de madeira e um recipiente vazio fiz um armadilha, aprisionando-lhe. Queria ouvir seu canto matutino, diariamente. Porém, passaram-se dias e não havia mais som. Calou-se em protesto. Você queria liberdade o que fazia meu temor aumentar e reforçar as grades de seu cárcere, a ponto de não deixar nenhuma fresta, o que te sufocou. Havia ensandecido em meu egoísmo. Ouvia promessas de retorno, súplicas em desespero, e enfim acabei cansando. Gravei sua voz para os momentos de saudade, a fim de saná-la, e o libertei. Sua presença tornou-se esporádica, e até com isso me acostumei, com a falta. No final todos acostumam.
Peço-lhe calma, passarinho, estou juntando dinheiro para trocar sua gaiola por um quintal, um bosque, e quem sabe talvez um grande vale com montanhas e florestas. Só para tê-lo novamente.

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